sábado, 7 de junho de 2008

Palmas para Monsalve.

Aproveita para tirar a foto agora, pois não foi pra isso que eu vim para o Brasil!


O técnico da seleção brasileira, o espanhol Moncho Monsalve vem mostrando que pode fazer do Brasil uma seleção. É verdade, a seleção do pré-olímpico ainda nem se apresentou, como eu posso falar isso?


Seu comportamento diferenciado e suas atitudes sérias vêm mostrando para todos os que entendem um pouco de basquete que ele respeita seu trabalho e principalmente os jogadores que estarão ao seu lado na hora da batalha.


Quando fez a convocação, muitos acreditavam que as coisas não mudariam, pois a base da seleção continuava praticamente a mesma. É verdade, pouco mudou com relação à convocação, afinal, os jogadores que eram convocados eram mesmo os melhores disponíveis. Mas o que se via era a falta de confiança do técnico nos jogadores, a falta de padrão tático e, principalmente, a falta de espírito de equipe. Todos queriam colocar a bola sob o braço e resolver os problemas sozinhos, ou talvez aparecer mesmo, para tentar virar ídolo nacional.


O molusco que comandava a seleção não demonstrava o menor interesse no desenvolvimento dos jogadores, não passava confiança e nunca se apresentava antes do início dos treinos para acompanhar o que estava acontecendo.


Moncho teve problemas para chegar ao Brasil, não conseguia o visto de trabalho e o adiamento dos treinos chegou a ser cogitado. Nada disso! O espanhol deu um jeito em tudo e se apresentou antes de todo o elenco, juntamente com a comissão técnica da seleção "B", a que disputará o torneio Sulamericano e que cederá 2 jogadores para o elenco principal.


Mesmo antes de sua apresentação Moncho demonstrou que dá valor a quem merece.


Nenê conversou pessoalmente com o técnico, não se sabe o que, mas certamente demonstrou que tinha vontade de defender a seleção mesmo após o enorme problema que teve. Infelizmente não conseguiu se recuperar, mas pela reação de Monsalve, tudo ficou bem claro. Diferente do pivô do Denver, Anderson Varejão e Leandrinho surgiram com misteriosas lesões e não seguirão com a seleção. Varejão por ter pedido dispença e Barbosa, esse sim, por méritos do técnico. Sim, méritos de Moncho de ter tido coragem de cortar o mais famoso jogador de perímetro da seleção e, mais ainda, de ter passado confiança a quem se dispos a ir para a luta ao seu lado.


Moncho mostrou que ninguém jogará com nome na seleção e muito menos fará nela o que bem entender. Mostrou que atitudes como a de Nezinho no pré-olímpico das Américas não serão toleradas desta vez, mostrou quem manda.


Depois disso, em sua chegada ao Brasil, Moncho mostrou que está interessado na seleção. Foi ao treino do grupo B e não ficou apenas observando. Mostrou atitude! Mesmo fazendo tratamento em seu joelho, Moncho não deixou de dar dicas para os jogadores. Tavernari, que deverá integrar o grupo principal, foi chamado algumas vezes pelo espanhol para receber algumas dicas, alguns conselhos e algumas instruções. Quem vê isso pensa que o espanhol desautorizava o técnico do time B, Paulo Chupeta. Mas não, os dois trabalhavam juntos. Sinal disso foi a declaração de Chupeta após o treino. O brasileiro disse que estava contente de ter a oportunidade de conviver com Moncho, que estava aprendendo o máximo possível e que admirava a postura do atual técnico do time principal.


Além disso, Moncho passou confiança também aos jogadores do time B. Não, ele não falou que eles podiam. Falou que antes de vê-los treinar estava certo que eles não suportariam o jogo dos argentinos e uruguaios, mas que agora estava certo que o grupo tem muito talento. Falou que os jogadores vão vencer? NÃO! Mas passou confiança e mostrou que sabe ser lider.


Outra coisa que surpreendeu foi um fato observado por Moncho: o elenco tem um ótimo nível cultural, o que sabidamente é um enorme diferencial. Muitos técnicos observam nos jogadores apenas o físico e o técnico, mas obviamente a cultura é um ponto muito importante para um bom jogador. Não não faz diferença se um jogador sabe calcular a força gravitacional entre um buraco negro e um fóton mas, tomando como exemplo o futebol, jogadores com boa capacidade atlética sempre rendem mais quando têm um bom nível cultural. Exemplos disso existem vários, como Sócrates, Kaká, Rogério Ceni e outros grandes jogadores que souberam aproveitar o nível intelectual diferenciado para potencializar seu jogo. O grande nome do basquete nacional também é um homem que não era alienado e tem uma grande capacidade intelectual. O mais interessante disso não é o jogador ser inteligente ou não, é o fato do Moncho observar isso. Mostra que não escolhe o jogador por estatísticas.


Moncho vem demonstrando ser interessado, conhecer muito e, principalmente, respeitar o país para o qual trabalha.


Mesmo sem nossas estrelas acho que podemos esperar algo digno de nossa seleção comandada por ele.

2 comentários:

Thiago Anselmo disse...

Sim VINICIUS, como vc disse no final do POST, MONCHo sabe respeitar o país e o lugar ou local em que ele trabalha...
Ainda mais para quem ele trabalha, pois ninguem teria a cabeça no lugar sabendo que depois do pré sairia da seleçao como disse o GREGO.

Moncho mostra q é superior e que vai formar uma grande equipe para o PRÉ...



NBA ETC E TAL

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Abraços

Thiago Anselmo disse...

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